segunda-feira, 27 de agosto de 2018

“Se é bonito é para ser mostrado”.



      Paulo dos Anjos em um porta-retratos que fica na academia Anjos de Angola no
Bairro da Paz.
Nascido em Estância – Sergipe – em 15 de agosto de 1936, se estivesse vivo hoje o mestre José Paulo dos Anjos teria completado 82 anos de idade.
Apesar de sergipano, ele era considerado um baiano pelo tempo que residiu no estado. Nesse período morou nos bairros da Boca do Rio, Itapuã e passou seus últimos dias de vida no Bairro da Paz, local que o deve muito em questão de educação e transformação, pois com a sua capoeira impediu que muitos tomassem caminhos impróprios ensinando-os a se afastarem de pessoas erradas e de confusões. Dentre os ensinamentos que seus alunos levam consigo estão o respeito, a união e a humildade.
Como forma de o mestre Paulo estar presente cada vez mais nas lembranças e retribuir tudo que ele fez, foi idealizada pelo grupo Anjos de Angola a roda do dia 15 de agosto em comemoração ao seu nascimento, roda essa que chega a sua décima edição após o falecimento de Paulo dos Anjos e coordenada pelo mestre Edson Rodrigues Brito Junior, 32 anos, Morcego como é conhecido na capoeira.


 Mestre Morcego na roda em homenagem a Paulo dos Anjos.
 Foto: Anderson França
Mesmo possuindo duas academias de capoeiras, uma no Bairro da Paz e outra no Km 17, mestre Paulo gostava de fazer a roda na rua para que todos pudessem ver. Com isso surgiu a ideia da homenagem acontecer no final de linha do Bairro da Paz para manter vivo o que Paulo dos Anjos gostava em suas festas e comemorações de aniversários, ou seja, mostrar a comunidade e interessados por essa arte o que era bonito, pois para ele a capoeira ficou muito tempo escondida e o bonito era para ser mostrado.

Criador da “Legião Anjos de Angola”, Paulo dos Anjos entristeceu o coração de seus alunos em 26 de março de 1999 ao falecer no Hospital Jorge Valente vítima de uma infecção hospitalar, deixando em seus discípulos a sensação de que ele ainda continua entre nós até hoje não só pelo exemplo de capoeirista e sim também pela pessoa a ser seguida.
 “Em alguns momentos chego a sentir a presença do mestre Paulo quando acontecem eventos como esse pela importância que as pessoas dão a esses eventos”, afirma Edson Rodrigues Brito Junior que segue até hoje com o trabalho de Paulo dos Anjos e com seus ensinamentos perpetuando assim o nome do mestre e sua arte.
Se mestre Paulo estivesse entre nós ele estaria bastante satisfeito em ver seu povo reunido em mais um dia de seu aniversário celebrando a capoeira em sua homenagem e vendo que mudou a vida de muitos com sua arte.